quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A História repete-se...

No blog Sol e Mudanças Climáticas abordou-se no início desta semana a importância do clima, no contexto da queda do Império Romano. Tais factos são relativamente conhecidos, sendo que o aquecimento e o arrefecimento condicionaram muito a História passada. O artigo propriamente dito, de Buntgen et al., intitula-se "2500 Years of European Climate Variability and Human Susceptibility", e saiu na Science no passado mês de Janeiro. Vários artigos na Internet abordam a forma como o calor conduziu ao desenvolvimento civilizacional, enquanto os períodos mais frios significaram um retrocesso no desenvolvimento humano...

Para um apaixonado de História, como eu, nada de novo! Já sabemos que o Planeta foi mais quente no passado, e que agora estamos a descobrir coisas que o gelo cobriu num passado mais quente. Porque o Holoceno, e sobretudo o seu Óptimo Climático, significaram o surgimento das primeiras grandes civilizações. E depois verificaram-se igualmente o Período Quente Romano e o Período Quente Medieval, com este último a contribuir, entre outros, para o surgimento de um pequeno grande país, a oeste da Europa...

Infelizmente, os calhamaços da História são hoje praticamente proscritos, pois revelam verdades bem inconvenientes para a Religião Verde! Por isso da minha biblioteca saco este pequeníssimo excerpto, do livro "Climate, history and the modern world", de H. H. Lamb, já depois de virar um troca-tintas, e que revela que não há nestes novos papers peer-reviewed, nada de novo:

Roman horticultural writers in Pliny's time, and in the previous century, drew attention to the fact that the vine and the olive could then be cultivated farther north in Italy than had been the custom in earlier centuries. This agrees with the general indications of various kinds of fossil or proxy climatic data that there was a continued tendency towards recovery of warmth in Europe through Roman times, and of increasing dryness, until about AD 400. A gradual, global warming up to AD 400 would, of course, be consistent with the evidence of rising sea level...