quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Bandarilhas nas eólicas em Espanha

Estou consciente que os nossos vizinhos espanhóis têm um problema muito mais duro de roer, na vertente da energia, do que nós cá em Portugal. A herança de Zapatero é um abismo que ainda não se avista, mas que não tardará a ensombrar-nos! Um leitor atento chamou-nos a atenção para a razia que grassa aqui ao lado, nas tarifas das renováveis, e das eólicas em particular.

A proposta do Ministério de Indústria é radical: em vez de receberem subsídios durante 20 anos, baixa para 12 anos. O preço por KW/h baixa para 5.50 cêntimos, baixando igualmente as horas de funcionamento dos parques de 2100 horas para 1500 horas. O corte nos subsídios é estimado em 40%! A banca assim deixa de financiar, dado que baixam as elevadíssimas taxas internas de rentabilidade...

A Asociación Empresarial Eólica, uma espécie de APREN de nuestros hermanos, está à nora! Dispara em todas as direcções... Que não se vão cumprir os objectivos anteriores, que previam 27.860 MW para 2015. Que se instalarão apenas 500 dos 4200 MW previstos entre 2013 e 2015. Que se perdem 12.680 milhões de euros em investimento. Que perderão 40% da chucha!

Por lá, o Governo de Zapatero ainda presta um último serviço, com estas bandarilhas. O Rajoy dará a estocada final. Por cá, ainda esta semana o secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, dizia no Parlamento que "os CMEC são contratos que estão blindados". Nas renováveis nem se atreve a tocar... Ele terá muito a apreender com os socialistas espanhóis, mas mais ainda com o novo governo que se apresta para aprumar os nossos vizinhos do lado!