sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Contratos blindados

Mira Amaral é dos poucos que em Portugal diz cá para fora as Verdades. As pessoas podem não gostar do seu estilo, mas não há dúvidas que tem quase sempre razão. O extracto abaixo é de uma notícia de hoje do Diário Económico, mas o texto é apenas visível na versão impressa. Reparem como o jornalista do Verde Económico se mostra surpreendido com a simplicidade da solução, e tenta rebater:

Como é que vê a eventual renegociação dos contratos das Parcerias Público Privadas?
Acho que têm de ser renegociadas.

Mas os contratos estão blindados... é tecnicamente possível?
Os senhores das energias renováveis também dizem isso, que há compromissos assumidos pelo Estado e que não se pode tocar nisso. E eu digo: se o Estado já tocou nos compromissos que assumiu com os pensionistas, de forma dramática, por não ter dinheiro, também tem de o fazer aí.

Mas não existe o risco de criar problemas com os bancos e com os financiadores internacionais desses projectos?
Há que perceber que a economia portuguesa não aguenta esse tipo de compromissos, tal como acontece com o défice tarifário. E portanto há que renegociar e que assumir algum ‘haircut' de capital. É tão simples quanto isso. Não podem ser só os pensionistas a pagar a factura. Isto tem de ser renegociado, para mim é óbvio.